As causas determinantes

No transcorrer dos fenômenos, o que se observa é a verificação de que, em cada acontecimento, há uma série de fatores que concorrem para a sua eclosão. Não obstante, a prática das ciências tende a levar em conta apenas uma causa principal, como forma de pesquisa esclarecedora do fenômeno, contribuindo assim, para facilitar a sua devida compreensão.

Heráclito

A ideia de causa determinante é aquela segundo a qual, entre a variedade dos motivos que dão origem às coisas, escolhemos uma como o principal fator que o determina. Assim: ”Eis que a Virgem conceberá e dará a luz um filho e chamá-lo-ao pelo nome de Emanuel que traduzido é Deus Conosco” (Mt 1: 23).

Neste caso, esta causa determinante se nos apresenta de caráter revelador, e também, como dotada de duas características distintas: uma sobrenatural, como uma novidade inesperada e outra natural, tornada possível por meio de uma partenogênese, envolvendo genes e cromossomas, um nascimento virginal que é raro em vertebrados, pelo surgimento de gametas machos sem fertilização, o que também não deixa de ser sobrenatural.

. Não obstante, segundo os especialistas, as causas determinantes possuem também características filosóficas, a partir do fato de que, ontologicamente, são elas que vão moldar as características fundamentais da realidade, uma opção que constituirá o modelo natural vigente de um Universo que poderia assumir, assim, uma infinidade de diferentes características, como universos paralelos.

Contudo, isto tende a falsear a série de motivos secundários que também influenciam a ocorrência dos acontecimentos, deixando de lado a riqueza dos detalhes necessários a sua completa compreensão. Dessa forma, fica fácil constatar como são limitados os argumentos científicos, que em inúmeras vezes, elencam fatores secundários em suas explicações, muitas vezes motivados por puros preconceitos ideológicos (sic).

Não obstante, importa considerar que os cientistas têm dificuldades na abordagem da complexidade do real, pois como nos legou HERÁCLITO de Éfeso, a verdade gosta de se esconder! Então, somos conduzidos à conclusão de que se faz necessária a hipótese da existência de um CAUSADOR que fez a escolha para que o Universo tivesse as atuais características, uma causa determinante para que as coisas fossem dessa forma.