As obras mortas

S. PAULO, quase no final de sua Carta aos Hebreus, relata os milagres obtidos pelo povo hebreu em sua fé nos Poderes Divinos, a partir do sangue dos animais sacrificados. Assim também, o sacrifício de CRISTO no Calvário se tornou salvação universal pelas graças da mesma fé no Espírito Santo Eterno, que faz aniquilar as obras mortas praticadas pelos humanos (9:14).

São Paulo

Sem dúvida, o acervo inútil de nossas ações vãs não caberia no inferno, não fosse a graça permanente do Salvador em redimi-las graças ao seu contínuo sofrimento. Muito ainda teremos de evoluir para que a humanidade consiga instaurar um reino mínimo de coisas consideradas  dignas de merecimento.

Dessa forma, no índice de nossas obras mortas, não podemos deixar de citar, em primeiro lugar, a ocorrência das guerras, que sacrificam populações humanas de uma maneira inútil, aumentando o sofrimento desnecessário de um grande número de pessoas.  O fim das guerras só ocorrerá quando a Humanidade alcançar um mínimo de desenvolvimento igualitário para todos.

Outra obra morta é o domínio econômico, obtido graças a exploração de um povo contra outro, numa espécie de guerra comercial em que uns desejam obter mais vantagens do que outros. Consolidado pela História, tal domínio econômico resulta perverso em suas diferenças, consagrando a hegemonia e o progresso de um povo contra outro, num quadro injusto de diferenças.

Outra obra morta é o domínio social, no qual algumas pessoas e organizações passam a se destacar de forma diferencial entre os demais, como no monopólio de alimentos e bebidas, gerando com isso uma concentração de riqueza impossível de se igualado em condições normais de concorrência. Inclui-se também aqui o crime organizado e o comércio de entorpecentes, além de outras formas  marginais de atuação.

Outra obra morta é a hegemonia ideológica, ou o pressuposto de que só ela é detentora da verdade, considerando as outras errôneas. O remédio estaria em desenvolver humildade e tolerância de uma forma radical, respeitando o seu direito de divergir. Como se vê, o quadro é aterrador, nos forçando a compreender que só aquela graça do Espírito Santo Eterno, invocado por S. PAULO, possa nos tirar de tamanho atoleiro, já a partir da Redenção de CRISTO.