PLATÃO, filósofo grego do IV sec a. C., no seu diálogo BANQUETE ou SYMPOSIUM , trata o amor de uma forma abrangente, caracterizando-o como escadas para nossa ascensão até o amor absoluto e desinteressado. Então, estamos diante de um fenômeno que é em princípio puramente sexual, necessário à procriação da prole, mas que só se completa à maneira de SÓCRATES, como doação espontânea de afeição. Mais tarde, os autores passaram à distinção entre o amor filial (philia), o amor sexual (eros) e o amor ético (ágape), como as principais diferenças que o coloca como essencial á perfeição humana.

Rumi, místico árabe
Como resultado de nossa espiritualidade, temos a experiência de que o amor é um fenômeno que se faz presente tanto na estrutura do Universo como também e principalmente em nossa consciência, como alimento de nossa alma. Por isso ele se confunde com a própria existência de um princípio universal, que a opinião popular identifica como sendo DEUS.
Ora, afirmar que DEUS É AMOR é resumir todo o complexo da realidade como submetida a um único objetivo, que é a concretização do BEM, que com ELE se confunde. O místico oriental RUMI assim se expressou: ”DEUS é como um vasto oceano de amor e a Via Láctea nada mais é senão uma mancha de espuma flutuando nesse oceano”. Dessa forma, isto se torna patente a partir do modelo comportamental que o microcosmo desempenha, ao imitar as propriedades humanas de comunicação à distância, o emaranhamento dialético das proteínas para constituir nossa herança genética, insuflando o macrocosmo com as mesmas propriedades. Assim, o amor está presente em todas nossas experiências, mesmo as do reino mineral, vegetal ou animal.
Dessa forma, a experiência do amor é uma propriedade inerente e intrínseca a nossa própria natureza, que não consegue viver sem este apelo romântico, porque inserido na arte de ultrapassar todas as barreiras nefastas que o comprometem. Assim, o mal, o ódio, o orgulho, a indiferença, o ciúme, são alguns dos obstáculos que devemos estar vigilantes em não cometê-los.
Como remédios na ultrapassagem dos percalços que afligem o amor, o apelo ao amor divino que nos sustenta, por ser imanente a nossa própria natureza, constitui uma peça importante na concretização do verdadeiro amor, dotado de propriedades transcendentes, por se colocar na ressonância íntima do próprio Criador.