O conceito de ser

Falar do ser é se referir a tudo o que existe. A ciência da linguagem que se chama linguística, tem por finalidade abordar a diferenciação entre os sentidos que damos às palavras, compreende a sintática, a semântica e a pragmática. Ela também nos indica que o conceito de ser é de máxima extensão (por se referir a tudo que existe), mas é de pequena compreensão (por se referir a tudo, sem especificação).

Heidegger

Dessa forma, a sintaxe analisa as palavras como vocábulos, distinguindo-as como substantivos, verbos ou complementos. Já a semântica  diz respeito à relação entre as palavras e os objetos a que elas se referem, distinguindo suas características substanciais. Finalmente a pragmática é uma relação tripartite (signo, objeto, pessoa) envolvendo nossas reações diante dos discursos.

Dessa forma, no que diz respeito à palavra ser, importa distingui-la como verbo, fundamental ao estabelecer as relações entre os objetos; como pura tautologia ela identifica ou distingue isto daquilo. Mas o mais importante é a sua consistência ontológica como dasein (estar aí) no dizer de HEIDEGGER. Então a palavra ser assume uma característica de substância, não mais como um simples vocábulo.

Vê-se, portanto, que a análise do conceito de ser abrange simultaneamente os três aspectos da linguística, assumindo uma importância única no panorama de nossas relações, no qual tudo está implicado. Por isto, quando nós falamos do ser, estamos diante de um tudo que está imerso em sua própria ocorrência, como existência.

Em consequência, ser é estar diante de um mistério transcendente cuja origem se encontra nos arcanos de nosso entendimento, que consideramos provenientes de uma possibilidade presente em todos os fenômenos naturais, desde os átomos até as células, como um ato de pura disposição em se relacionar.

Assim, como uma necessidade social, a palavra ser é utilizada seja para nos caracterizar como pessoas, seja para identificar nosso perfil social, nos diferenciando dos demais, pois somos possuidores, então, de uma importância ontológica além de seu puro estar aí, como acidente, importando então considerar suas origens virtuais. É dessa forma que o conceito de ser implica considerar a origem de tudo como criação de seres limitados que se transformam em coisas. Ser é o mistério da criação.