O universo é uma simulação quântica?

A pergunta surge a partir da semelhança de procedimentos existentes entre os poderes investigativos dos computadores quânticos e a criatividade original que a Natureza oferece aos nossos olhos. Contudo, o computador quântico é apenas uma máquina que, mesmo tendo tais propriedades, não se coloca em perspectivas semelhantes.

Nick Bostrom

Nos computadores, esta semelhança se encontra apenas em sua capacidade de configurar modelos originais de arranjos entre os átomos, produzindo efeitos inovadores. Não obstante, fica-lhe ausente uma perspectiva holística que pudesse responder por que o Universo é dessa forma e não de outro jeito. Tal perspectiva está, portanto, relacionada à existência de possíveis universos paralelos, que mesmo resultantes de possibilidades teóricas, permanecem a partir de perspectivas apenas abstratas.

Por consequência, o problema do modelo que Deus escolheu para determinar as condições desse Universo real não se situa em nível científico, mas sim em nível filosófico ou religioso, a partir das causas primárias que o constituem. Dessa forma, mesmo diante das conquistas da Inteligência Artificial, podemos constatar que elas constituem algo que só se realiza a partir, da presença entre nós, de um Espírito Transcendente que permite tais conquistas.

O mundo virtual patrocinado pelo nosso espírito é outro problema que ultrapassa as possibilidades dos computadores quânticos, por se encontrar fora da lógica natural do surgimento dos fenômenos, colocando-se numa dimensão de vislumbre etéreo, provocado por nossa inteligência.

Corroborando, o fato de o mundo material ter-se transformado em consciência representa um problema fora das perspectivas científicas, pelo fato de abarcar consequências além dos níveis naturais que a ciência pudesse detectar, fazendo despertar um mundo espiritual concreto e de alta relevância em nossa condição humana. Isto se expressa de uma forma notável no mundo da arte, cuja beleza das formas e a sombra das cores se encontram unicamente em nossas percepções intelectivas, uma harmonia encontrada apenas por meio de nosso espírito, a partir de sua percepção da beleza que encobre todas as coisas. O fato de a ciência ter descoberto um processo emaranhado de átomos, próprio dos computadores quânticos, não justifica que o Universo possa ser considerado uma simulação quântica.