Eu tenho um amigo
Que está sempre comigo
E diante do perigo
Me acolhe em seu abrigo
Sua presença é virtual
Mas muito real
Livrando-me do mal
Com seu poder divinal
Eu tenho um amigo
Que está sempre comigo
E diante do perigo
Me acolhe em seu abrigo
Sua presença é virtual
Mas muito real
Livrando-me do mal
Com seu poder divinal
Há uma tendência imprópria a atribuir ao espírito a ocorrência de coisas ruins, em função da existência de espíritos malignos (Leonardo BOFF, O Espírito Santo, Ed Vozes, RJ, 2013, p.77). Não obstante, é oportuno realçar que o mal não é ontologicamente substancial, e como ausência do bem, é resultado de uma atitude maniqueísta de nossa experiência consciente, que atribui realidade a algo que é apenas a contraposição de aspectos dialéticos. Continue lendo
HEGEL, pensador alemão (1770/1831), a partir do exame das manifestações culturais criadas pelo ser humano, em seu livro clássico Fenomenologia do Espírito, conclui que o Espírito é um conceito síntese de uma realidade concreta que alcança todas as dimensões de nossa existência e que se apresenta dialeticamente ora como espírito subjetivo, em nossa consciência; ora como espírito objetivo, nas instituições sociais; e como espírito absoluto, que abarca o mundo transcendente da mística e das religiões. Assim, constituindo-se como um verdadeiro holograma, o Espírito passa a ser o fundamento mágico através do qual a realidade humana se manifesta, não havendo forma de ignorá-lo, sob pena de termos de eliminar tudo que a inteligência a nós se revela, uma realidade imanente e transcendente a fundamentar a cosmovivência.
Segundo o filósofo pré-socrático grego HERÁCLITO de Éfeso (540-470 a.C), os paradoxos fazem parte intrínseca ao nosso pensamento, como consequência da existência em nós de uma capacidade espiritual que ultrapassa a lógica natural das coisas, levando-nos a conjecturar sempre sobre os dualismos e as complementaridades que envolvem as aparentes oposições. Assim, são comuns as interrelações entre o bem e o mal, a vida e a morte, o acaso e a necessidade, a saúde e a doença, determinismo e liberdade, etc. Contudo, a presença universal de um LOGOS conciliador mantém o equilíbrio das oposições, sustentando assim a eternidade das transformações. Continue lendo
SIGMUND FREUD, médico austríaco que viveu no sec XIX e foi o criador da Psicanálise, resolveu apelar para a mitologia grega para explicar o que ele chamou de pulsão para a morte, ou seja, um desejo mórbido que o ser humano possui diante do fenômeno, corporificado na oposição entre Eros x Thanatos, a contrapartida inconsciente do desejo de viver. Não obstante, se este desejo pode ser constatado facilmente nos gurus do Oriente, que vivem esperando apenas morrer, para nós no Ocidente ocorre o contrário, onde todos se apegam à vida de forma sistemática. Continue lendo
O ESPÍRITO, ao criar o Universo, dispõe-no em algumas dimensões diferenciadas, os arcabouços reais e mentais que o constituem. Estas dimensões são comuns a todo o orbe universal , formado pela superposição de um triângulo encimado por um quadrilátero, dando origem ao já famoso número sete, aquele místico da cabala judaica. Assim, tais paradigmas são o ponto, a linha, a angulação, a superfície, o volume, a transformação e as formas, ou seja, uma estática e uma dinâmica que funcionam como sístoles e diástoles no espaço e no tempo. Esta complexidade deve abarcar uma lógica dentro da qual tudo se altera, mas permanece o mesmo, mantendo sua estrutura virtualmente estável.
Torna-se incrível como uma pandemia, tendo origem num micro-organismo inconsciente, pudesse causar tantas transformações em nosso modo comum de viver. É como se todos nós fôssemos abalados, de repente, por uma ameaça invisível, mas mortífera em seus efeitos. E, de súbito, pudéssemos perceber como é frágil nossa existência terrena, que mesmo em sua aparência estável, pudesse ser interrompida de forma tão despicienda.
O conceito de dimensão é puramente espiritual, demandando a presença de uma síntese intelectual só presente na consciência humana, o que evidencia a natureza peculiar de nosso ser, que existe como forma de pensar a realidade em sua natureza etérea e só anterior como manifestação biológica ou sensível. Tal ocorre em todos os momentos de nossa existência, cuja dignidade consiste apenas em pensar, segundo expressou PASCAL. Continue lendo
Nosso surgimento aleatório como seres viventes, a indiferença da Natureza em estarmos vivos ou mortos, as limitações físicas de nossos sentidos externos, nossa debilidade biológica dependente da matéria orgânica, tudo isso nos leva à conclusão de que nossa realidade substancial não é deste mundo e que existe em nós um princípio de consciência que nos transcende, possibilitando que possamos crer num sentido para tudo que ocorre. Continue lendo
A ciência moderna sabe bem como lidar com os hologramas, desde que o pesquisador húngaro DENNIS GABOR, em 1947, fazendo uso de um raio laser, fê-lo incidir sobre um espelho semiprateado, que divide a luz em dois ramos, um direto, que vai até uma chapa fotográfica onde se retrata o objeto a ser representado; o outro raio, chamado feixe de referência, incidirá sobre um espelho e, em seu reflexo dirigido ao objeto escolhido, causará uma interferência luminosa em terceira dimensão, criando a imagem holográfica. Por isso, ganhou o Prêmio Nobel de física em 1971.