A dimensão espiritual de nosso saber

Nossa espiritualidade tem início em nossos sentidos externos, que posteriormente são percebidos através dos sentidos internos, sem os quais eles se perderiam em termos gnoseológicos, como ocorre entre os animais inferiores. Aqui se faz imprescindível a presença em nós de um poder abstrato (intencionalidade, nossa alma), sem os quais nossa interioridade não poderia formar conceitos. Tais experiências se colocam habitando um universo não material, só possível a partir da natureza superior de nosso Espírito (criatividade, racionalidade, sentimento e liberdade), privilégio de nossa evolução como raça inteligível, possuidora de uma potencialidade consciente. Vejamos as principais formas de alcançar a espiritualidade:

Nossa experiência do mundo exterior: apesar das conclusões do filósofo alemão IMMANUEL KANT (sec XVIII) de que não temos condições de atingir, pelo conhecimento, a essência das coisas, podemos verificar que nossa mente pode atingir o transcendental por meio de um juízo sintético a priori, conforme ele mesmo reconheceu na Crítica da Razão Pura.  Tais seriam o tempo, o espaço, a causa, a forma, etc.

Nossos construtos teóricos a partir da imaginação, obtidos pela capacidade de nossa consciência, que por ser de natureza não material, ocupa uma dimensão além do espaço e do tempo, nos capacitando na obtenção de realidades habitando apenas nossa mente. O que é abstrato não é menos real em sua consistência, sendo apenas diferente.

Nossa capacidade de atingir o transcendente. Como exemplo, CRISTO em suas alegorias sobre o Reino ou São João no seu Apocalipse, bem como as aparições dos Santos, constituem manifestações celestes reais de pessoas divinas; ex. as aparições de N. Senhora, em inúmeros lugares.

A ocorrência de experiências telepáticas: que nada tem a ver com espiritismo, representa nossa capacidade de obter informações a distância, por meio de pessoas superdotadas, que conseguem receber mensagens. É o mundo misterioso dos contatos espirituais, nos indicando que a vida não termina com a morte.

Finalmente, os fenômenos consequentes de nossas orações, através dos quais a ciência leiga confirma suas eficácias em promover cura e bem estar. Sem a fé é como se o ser humano vivesse nas trevas, perdido nas incertezas do sem sentido. Assim, mesmo os ateus possuem algum tipo sucedâneo para a espiritualidade, como forma de dar sentido as suas vidas.