A física neognóstica

A física neognóstica diz respeito às conclusões cosmológicas obtidas pelos cientistas a partir de 1925, depois do desenvolvimento da física quântica e referentes à natureza peculiar que então adquire o Universo, como nos relata JEAN CHARON em sua obra O Espirito, este Desconhecido (SP, Ed Melhoramentos, 1979). Segundo ele, somos conduzidos a concluir que o Universo está repleto de nuances espiritualizadas, imersas que estão nas micropartículas a partir de suas reações e de nossa capacidade em obter novos conhecimentos. A presença do Espírito, necessário para dar conta das reações presentes em nosso formidável mundo microcósmico é uma conclusão obtida de modo coerente.

Dessa forma, constata-se que elas, as ondículas, são dotadas de sensibilidade, reagindo a distância e com forte tendência a reagir em conjunto, como se estivessem possuindo um Espírito em gérmen, com características muito semelhantes á espiritualidade humana, o que nos conduz à conclusão de que nosso Espírito está também imerso na totalidade das dimensões universais.

Assim, as quatro forças que constituem a energia universal (nuclear forte, fraca, eletromagnética e gravidade) atuam a partir das micropartículas se transformando em conhecimento (criatividade), reflexão (racionalidade), Amor (sentimento) e Ação (liberdade), as mesmas características de que somos possuidores, estando, porém, em estado embrionário, o que indica um forte sentido evolutivo, como se constata por suas transformações. Pelo fato de que algumas partículas, como os elétrons, são permanentes desde a criação do Universo, ocupando todo o espaço-tempo, chega-se à conclusão de que elas são eternas, conservando as impressões obtidas em cada corpo que venham a ocupar, uma espécie de herança cármica.

O girar constante que se observa entre os átomos (spin) reflete sua natureza complementar, o positivo gerando imediatamente seu contrário negativo, dando origem assim a um processo aparente de contradição, mas necessário em seu convívio para gerar outras partículas, criando assim uma multiplicidade notável de substâncias, refletindo o fato de que a contradição é motivo também de criação. É assim que homem e mulher, no macrocosmo, se complementam em suas diferenças, produzindo o amor que manifestam. Dessa forma, através da física neognóstica , os cientistas observam a universalidade de um Espírito presente em todas as dimensões da realidade, recuperando  a ideia de que nosso macrocosmo é similar ao micro, pela ação de uma Presença que é constante em todos os seus momentos.