Nous, uno, mônadas e elétrons

É recorrente na história do pensamento humano a procura de um principio que pudesse explicar a origem de todas as coisas, os leitmotivs pelos quais tudo pôde ser gerado. Dessa forma, desde o surgimento da filosofia, na Grécia Antiga, destacou-se a figura de ANAXÁGORAS (599 a.C.), pensador da Jônia,  que imaginou o princípio de tudo como um Espírito ou uma semente complexa (Nous) que  se coloca de forma subjacente em todas as coisas.

Anaxágoras

Em seguida temos a figura de PLATÃO, que imaginou tudo como provindo de um conceito ou ideia, proveniente de nossa capacidade de pensar, assim gerando toda a realidade. Sua filosofia deu origem a uma discussão interminável sobre como surge nosso pensamento, a partir de nosso cérebro, não se confundindo com este. Posteriormente, seu discípulo PLOTINO (sec III), estabeleceu o UNO como o princípio amoroso donde tudo procede, a mística do conhecimento.

Já ao início da modernidade (secXVII), G. W. LEIBNIZ, concebeu a origem de tudo como uma partícula concentrada que ele denominou mônadas, sob a forma de um núcleo consciente que dirige o surgimento de todas as coisas. No entanto, tais ideias foram duramente criticadas por seus pósteros, como uma digressão sem consistência.

Atualmente, com o surgimento da física quântica, as pesquisas têm-se dado a partir da estrutura dos elétrons, que por suas características autoconscientes, estão a receber cada vez mais a atenção de cientistas e filósofos.  Ainda agora, a Academia de Ciências da Suécia acaba de conceder o prêmio Nobel de Física a três cientistas que demonstraram as aptidões dos elétrons em reagir aos estímulos provocados por suas pesquisas, que contribuirão para nossa saúde e a nanotecnologia.

Dessa forma, somos conduzidos a concluir que o Universo está repleto de nuances espiritualizadas, imersas que estão nas micropartículas a partir de suas potencialidades. A presença do Espírito, necessário para dar conta das reações presentes em nosso formidável mundo microcósmico é uma conclusão obtida de modo inovador. Dessa forma, constata-se que eles, os elétrons, são eternos e garantem também nossa imortalidade, pois eles estão também em nosso corpo, guardando nossas experiências.