Universos paralelos

Semelhante a uma fábula científica, a  ideia de universos paralelos não constitui uma teoria em si, mas resulta como consequência de certas verificações cosmológicas, o que lhes dá o caráter de  virtual consistência  ou a presunção de suas existências, aparentemente confirmadas  por observações científicas. A fonte de tudo é a transcendência de nossa mente, que não se cansa de constatar a natureza  virtual de tudo que nos cerca.

Assim, a primeira suposição da existência de universos paralelos ou multiversos surgiu da experiência de ERWIN SHRÖDINGER (1887-1961), cientista austríaco, sobre as características da física quântica, na experiência clássica sobre as hipóteses de um gato, preso em uma caixa, que poderá estar vivo ou morto, cuja confirmação se dará somente no momento em que a abrirmos. Para tanto, ele imaginou um gato dentro de uma caixa selada, com um frasco de veneno, material radioativo, um contador Geiger e um martelo.

Se o material radioativo começar a soltar radiação, o contador Geiger irá confirmar e vai acionar o martelo que quebrará o frasco de veneno, matando o gato. Ora, como não sabemos se haverá ou não quantidade suficiente na liberação das partículas, nem a hora em que isto se dará, fica fácil concluir que o gato pode estar vivo ou morto. A finalidade do experimento seria destacar os limites que envolvem nossas observações sobre o mundo subatômico, que existe de forma indeterminada,  até que nossas pesquisas  o determine.

A partir daí, os físicos começaram a pensar que de fato há muitos mundos possíveis, em situações completamente diferentes desse nosso mundo observável, ficando a tarefa de sua comprovação a cargo das pesquisas científicas. Trata-se de uma suposição baseada na alternância de hipóteses, deduzidas a partir do fato de que o Universo é instável por natureza. Em acréscimo, a constatação de que nosso universo é inflacionário,  serviu como primeira base para supor a existência de diferentes consistências cosmológicas, geradas a partir do Big Bang.

O mesmo ocorre com a teoria das cordas, a última versão a querer dizer como funciona o mundo subatômico, que também  aceita esta tese dos mundos paralelos, a partir das inúmeras dimensões diferenciadas que as ondulações provocam, em número infinito de variações. Na continuidade, as pesquisas em torno dos buracos negros fazem supor a existência de condições alternativas de realidade, o que reforçaria as hipóteses de universos paralelos, como supôs  STEPHEN HAWKING.

Recentes verificações obtidas por meio de satélites artificiais comprovaram a existência, no Universo, de uma extensa área vazia, denominada Ponto Frio, no qual há uma completa ausência de qualquer  manifestação de coisas ou energia, o que levou os físicos a pensar que ali  estaria um forte indício da existência de um universo paralelo, inteiramente diferente de nosso universo de galáxias. Por fim, os chamados buracos de minhoca seriam canais de ligação entre diferentes universos, o que viria a permitir as futuras viagens espaciais, de longa distância.

Esta ideia de universos paralelos, como se vê, de puras hipóteses recheadas de probabilidade, é um universo virtual de características recorrentes, familiar quando se trata de lidar com o mundo das pequenas partículas, como ocorre hoje no  ambiente do CERN, o centro francossuiço  de pesquisas infra-atômicas, no qual o ser humano tem constatado as maravilhas do mundo quântico.