As pesquisas científicas até agora procedidas nos indicam que o Universo teve origem de uma forma complexa, variando desde uma criação a partir do nada (creatio ex nihilo), uma criação contínua (creatio continua), ou uma criação a partir de seu estado anterior (creatio ex vetere). Em perspectiva teológica, a criação a partir do nada está de acordo com a versão do Genesis (Gen 1,1), segundo a qual JAVEH no princípio criou o céu e a terra.

Por outro lado, a criação a partir de sua condição anterior tem muito a ver com a 2ª Pessoa da Santíssima Trindade, CRISTO JESUS, que não renunciou suas heranças do passado (Mt 5-17,18). Já a criação contínua tem tudo a ver com o Divino Espírito Santo, pela Sua ação permanente na sustentação de um Universo, ao mesmo tempo dependente da necessidade e do acaso.

Esta similitude entre a ciência e a fé é muito sugestiva para nós como meio de encontrar as ligações existentes entre a Natureza e a Revelação, dadas as condições hipotéticas de nossa fé e a aparente evidência do mundo natural. Há aqui, pois, diferentes formas de aceitar o que está sendo expresso, uma pelas assertivas hipotéticas, outra pela fé que nos anima.

A criação ex nihilo é a que até gora tem recebido a maior adesão dos cientistas, pela contribuição empírica procedida por dois cientistas americanos (Arno Penzias e Robert Wilson), que constataram a existência, no Universo, de micro-ondas de fundo, radioativas, sugerindo que o Universo teve um princípio explosivo.

Quanto a criação a partir do passado, ela legitima a presença do Cristo histórico para consolidar nossa redenção como espécie humana racionalizada, sem a qual a História ficaria sem direcionamento. Na visão de TEILHARD DE CHARDIN, Cristo é o alfa e o ômega, o princípio e o fim da criação.

Quanto a criação contínua, ela nos assegura que a sustentação permanente do Universo não é apenas uma hipótese, pela sua contingência, mas que se confirma no nascimento periódico dos dias e das noites, a legitimação intrínseca de algo que poderia não acontecer.