A memória e nosso cérebro

É fato antigo na ciência que a luz pode ser transportada através de um cabo de fibra ótica. Não obstante, recentemente, pesquisadores alemães conseguiram transportar informações armazenadas de luz para uma esteira de fibra ótica, tornando-as úteis na criação de redes de comunicação quântica, permitindo assim a sua reprodução, como uma memória.

Dessa forma, podemos verificar como têm sido intensos os progressos no campo da física quântica, que cada vez mais avança em novas tecnologias, num período curto de tempo. O mesmo ocorre no que respeita a nossa realidade vivida, que se renova em conceituações muito próximas de nossa realidade quântica.

A memória possui uma íntima relação com a imortalidade de nossa alma, na medida em que, durante nosso sonho, ela não se desfaz, permanecendo incólume ao nosso acordar. Ora, este fato é sinal de que nossa memória funciona independentemente de nosso cérebro adormecido.

Igualmente, dentro de nosso cérebro, a memória tem sido objeto de muitas pesquisas e variadas perspectivas filosóficas, principalmente orientais, que a colocam em íntima relação com nosso carma ou a herança transmissível de nossa psique. É dessa forma que os orientais acreditam na vida após a morte ou a lembrança de vidas passadas, constituindo uma reencarnação.

Sem dúvida, nosso corpo cada vez mais tem sido compreendido em suas reações como uma unidade quântica, porque possuído de comportamentos motivados não apenas por pura fisiologia, mas sim por estar dotado de reações espirituais como a criatividade, a racionalidade, o sentimento e a liberdade.

Para tanto, o surgimento da concepção de uma memória quântica, não apenas fisiológica, que estaria além do espaço e do tempo, funciona como um campo de luz que flutua entre meu cérebro e minha consciência, um repositório de minhas lembranças marcantes do passado, sem as caracterizar como fatos. É por isso que a memória quântica se relaciona com as incertezas de minhas lembranças, que necessitam de uma rememorização periódica, sob pena de se extinguirem no esquecimento. A memória quântica também interfere na constituição de nosso caráter, estando, portanto, mais próxima do self do que do ego.