O espanto dos cientistas

De início (séc. XVII), se pensava que as pesquisas científicas iriam destruir a religião, dadas as condições aparentemente contraditórias a tudo que as crenças vinham pregando até então. Agora, com o avanço do conhecimento, as pesquisas cada vez mais aproximam o Universo de Deus, ao serem consideradas as suas condições extraordinárias de ocorrência, implicando a interferência de um Poder Superior para implementá-lo (cfr. KAKU, Michio. A Equação de Deus, SP. Ed Record, 2022).

Pierre Teilhard de Chardin foi um padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo francês que tentou construir uma visão integradora entre ciência e teologia.

De fato, o que se observa, seja no microcosmo ou no macrocosmo, é a ocorrência de uma miríade de condições aleatórias, que, não fosse suas ocorrências, não estaríamos, aqui, como seremos humanos, para testemunhar o espetáculo da criação. São muitas coincidências vindas ao mesmo tempo, contrariando a ordem natural das coisas.

O Universo é mesmo um grande milagre, e é graças a uma sintonia fina que ele se torna possível em sua realidade. Assim, são pequenos detalhes diferenciais, como no caso das quatro forças que regulam a energia, a nuclear forte, a nuclear fraca, a eletromagnética e a força gravitacional, que são autônomas, atuando em sincronia.

No âmbito da biologia, são também notáveis suas peculiaridades, a partir do aparecimento da vida, que marchando ao inverso da entropia, descortina um potencial notável de esperança dentro do panorama evolutivo. São também exclusivos os percentuais das proteínas que formam o DNA, que não parecem ter sido estabelecidos pela via do acaso, por pura impossibilidade. São mágicos também os mecanismos reprodutivos, que garantem a sucessão das gerações.

O aparecimento da consciência na raça humana induz a presença de um ESPÍRITO TRANSCENDENTE à ordem natural, capacitando ao ser humano ultrapassar os limites materiais de seu corpo, colocando-o nas esferas virtuais do abstrato e do eterno, acima do tempo e do espaço. Sem a consciência, fonte de nosso pensamento, não somos nada.

Dessa forma, vemos como há na dialética histórica das descobertas científicas, um caminhar progressivo em direção à sua conciliação com o transcendente, reconhecendo que há um SER não apenas transcendente, mas também imanente à Natureza, uma das intuições mais desejadas de nossa subjetividade.