O ser humano quântico

Semelhantes a um raio de luz, nós, seres humanos, somos constituídos de partículas (fótons) e ondas (elétrons), formando nosso corpo material e nossa subjetividade (espiritual), vivendo em emaranhado quântico. Não obstante, o que isto significa? Que nosso corpo, como partícula, oscila no etéreo de sua subjetividade, tornando-se refém de suas emoções e como onda, necessita manter sua subjetividade conforme as exigências de sua saúde corporal e de seu espírito.

Como num circuito eletrônico, nosso corpo desempenha o hardware, enquanto nossa subjetividade é o software, nos quais o primeiro representa nossa submissão às suas exigências físicas, enquanto o segundo é o maleável em torno de nossa adaptação ao que nos sejam nossos propósitos. Dessa forma, fica esclarecida a similitude de nossa natureza como partícula e como onda, as ambiguidades do mundo quântico.

Obedecendo ao princípio da incerteza quântica, pela impossibilidade de determinar posição e velocidade simultânea de uma partícula, como nos demonstrou WERNER HEISENBERG, há em nossas vidas o risco constante do fracasso, causado pelas oscilações das probabilidades. O ativista quântico (GOSWAMI, Amit. SP, Ed Aleph, 2010), ao contrário das pessoas normais, supera a si mesmo transformando o ambiente em que vive e atuando de forma proativa na concretização de situações que tornem a vida luminosa para todos.

Sentindo por todo lado a ocasião dos milagres que tornam possíveis as ocorrências, conserva-se humilde diante das condições que se sucedem, reconhecendo que há uma Providência Consciente de que tudo se transformará no melhor, apesar das aparências caóticas. Dessa forma, a confiança do ativista quântico é inabalável no sentido de reconhecer que a criação das coisas não se deu por acaso, mas segue um caminho seguro no seu futuro.

No desenvolver de sua subjetividade, usará suas características quânticas: criatividade, racionalidade, sentimento e liberdade sempre de forma a compreender o que elas significam, procurando vê-las em suas exigências, que não nos foram  concedidas de forma aleatória, mas que nos capacitam a sermos seres melhores em nossos propósitos.

Da mesma forma, no mundo quântico não há que falar em morte, mas apenas no transformar constante de nossa existência, como fases translúcidas de suas ocorrências, entrando e saindo como um marejar de oportunidades que nunca se repetem, apenas evoluindo da surpresa de suas origens para entrar na interrupção de suas anteriores condições. Assim, nossa vida mostra coisas e pessoas, objetos e almas, experimentando uma evolução constante, para concretizar valores e o bem que nos inspiram. Nosso corpo é mortal, mas nossa alma, como funções de ondas, repousa em suas oscilações eternas. Assim, o gato de ERWIN SCHRÖDINGER permanece vivo, apesar de todas as ameaças.

Nesse sentido, as Escrituras também confirmam nossa origem quântica: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre o monte. Quando se acende uma lâmpada, não é para pô-la debaixo do alqueire, mas sobre a luminária, e ela brilha para todos os que estão na casa. Assim, brilhe a vossa luz aos olhos dos homens, a fim de que, vendo as vossas boas obras, elas glorifiquem o vosso Pai que está nos céus (Mt, 5, 14-16)”.