Universo simétrico

As simetrias são os opostos que se complementam. Numa harmonia de correlação, elas estão presentes em nosso cotidiano, enriquecendo as experiências de nossa vida, seja na dualidade de nossos sentidos, nas flores, nas asas de uma borboleta ou nas folhas das árvores; seja nas implicações entre o dia e a noite, a saúde e a doença, a vida e a morte.

Como arte divina, tendo por base uma semiótica, as simetrias constituem o arranjo judicioso da Natureza para permitir que as oposições se complementem, um esforço disposicional no qual a realidade nos aparece em sua beleza, através da harmonia, da arte e da cultura.

Não fossem elas o Universo não teria se formado, pois no mundo das micropartículas, o bóson de HIGGS (2012) foi o primeiro a quebrar a harmonia das homogeneidades, fazendo surgir a variedade das substâncias e as diferenças entre elas. Em seguida, foi em 1928 que o cientista inglês PAUL DIRAC verificou, em suas equações, a existência de uma complementaridade de opostos que existiam sem se anularem, o que se desdobrou por toda a realidade exterior.

Dessa forma, verificou-se a existência da chamada antimatéria, ou a existência de partículas não apenas negativas, mas também positivas (no caso dos elétrons, os pósitrons, ao que se seguiu a verificação em todos os elementos da tabela periódica).  Por que o Universo tem mais matéria do que antimatéria? Os cientistas não sabem responder.

Ora, isto é apenas mais um sinal dos limites que nossa inteligência encontra na investigação dos primórdios da criação, envoltos que estão nos mistérios de sua eclosão. Dessa forma, podemos conceber que há um Design Inteligente como provedor dos contrastes que constituem a realidade complexa do Universo, conciliando as oposições para que assim seja mantida a sustentação de uma realidade instável em seus contrastes.

Isto soa a antropomorfismo, mas é assim que o Espírito nos inspira a compreender os motivos pelos quais o Universo foi criado, ele também autoconsciente de seus propósitos não apenas conflitantes. Aceitar, portanto, as simetrias, é encantar-se dos contrastes que nos cercam, mas que se constituem num propósito de sustentação de uma realidade contraditória, mas harmônica em sua continuidade.  O Espírito é Ele mesmo simétrico, ao nos permitir distinguir o bem do mal, os valores em seus opostos.